O Melhoramento Genético na Área Florestal

10 de jun de 2025

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De maneira bem simples o melhoramento de espécies consiste em modificar seu patrimônio genético, com a finalidade de obter variedades, ou híbridos, que apresentam maior rendimento, com produtos de alta qualidade e capazes de se a adaptar às condições de um determinado ambiente, além de exibirem resistência às principais pragas e doenças.

Embora os objetivos do melhoramento genético de espécies florestais sejam específicos para cada finalidade industrial ou de uso direto da matéria-prima, existem alguns aspectos de interesse comum. Características como incremento volumétrico, forma de fuste, produção de sementes e tolerância às adversidades do meio são fundamentais para todos os setores como ponto de partida para seus objetivos específicos.

O processo

O programa de Melhoramento Genético Florestal parte de uma população-base, a partir da qual a seleção será implantada em diferentes intensidades. Essa população selecionada servirá para a produção de sementes ou de mudas clonais, além de servir para a recombinação em novos cruzamentos.

Dentre os métodos mais usados para o Melhoramento Florestal, está a seleção de árvores elites e a sua propagação por meio de clonagem. Plantios clonais oferecem vantagens para a produtividade devido aos seus ganhos genéticos que podem ser aditivos por meio de seleção massal e propagação de indivíduos-elite.

Coleção Base

FONTE: ACR

Reúne o máximo de variabilidade possível de uma espécie. Nela estão presentes os parentais selvagens, genótipos de outros países, cultivares e genótipos elite (material genético muito favorável). A coleção base serve para a conservação a longo prazo do material vegetal.

Banco de Germoplasma (BAG)

Fonte: EMBRAPA (BENCHEKCHOU, Zineb)

Tem menos materiais genéticos, quando comparado à coleção base, porém, todos oriundos dela. O BAG tem a função de facilitar a organização e a distribuição de materiais genéticos para os melhoristas e instituições interessadas. Utilizam-se as amostras do BAG para avaliação, caracterização, documentação e intercâmbio de recursos genéticos. Nesse contexto, os bancos de germoplasma são parte fundamental para impedir possíveis perdas de recursos genéticos bem como a extinção de espécies.

Desafios

As alterações climáticas e o previsível agravamento dos efeitos que delas decorrem no médio e longo prazo constituem atualmente um dos mais complexos desafios do melhoramento genético florestal. Porquê? Porque sabemos que as florestas que plantamos vão demorar muitos anos a crescer – alguns casos, várias décadas – e é difícil antecipar quais serão as condições climáticas a que terão de se adaptar no futuro e os efeitos que as alterações do clima poderão desencadear nas árvores.

Em paralelo, as sucessivas etapas de seleção e cruzamento de árvores num programa de melhoramento genético conduzem a uma redução da variabilidade genética das populações. O uso continuado das melhores plantas, geneticamente semelhantes às suas progenitoras, faz parte do processo, mas os alelos mais raros nas populações de melhoramento, que poderão ser úteis em condições futuras, podem perder-se. A perda de diversidade é, por isso, outro dos desafios do melhoramento genético florestal que importa acautelar.

É importante conhecer também o grau de controle genético das características a selecionar (heritabilidade) e as eventuais correlações (positivas ou negativas) que possam resultar da seleção conjunta de várias características. Ou seja, a melhoria de uma característica (por exemplo a adaptabilidade) pode implicar algum prejuízo em outra (por exemplo a produtividade).

Mesmo assim, segue sendo muito importante

O melhoramento genético permite desenvolver materiais florestais de reprodução (MFR) mais adaptados às condições ambientais que se antecipam para o futuro. Daí que, características adaptativas das espécies, como a resistência à falta de água, às variações de temperatura ou a pragas e doenças, ganhassem relevo e passassem a ser incluídas nos objetivos de muitos programas de melhoramento de espécies florestais. É fundamental para aumentar a produtividade, a resistência a pragas e doenças, e a adaptação às condições ambientais das árvores.

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